Antes da partida para os Jogos de Beijing, Nelson Évora comparava a sua preparação a sucessivas tentativas de atirar pedras para a Lua, até que, um dia, uma das pedras cai mesmo na Lua.
A imagem era poética, mas muito bela. Já festejámos a queda da pedra na Lua. Foi a vitória da vontade, da humildade, do trabalho e, acima de tudo, do conhecimento consciente, do sentido da realidade, da capacidade de saber sonhar com os pés bem assentes na terra (desculpem, neste caso, esta aparente contradição...).
Num meio onde é ténue a fronteira entre bestial e besta, Nelson Évora deu o exemplo do Atleta Olímpico na sua mais pura acepção. Coubertin não desdenharia entregar-lhe a Medalha de Ouro.