Dois casos circularam por aí este fim de semana e que me chocaram:
Um jovem da Casa Pia que foi esfaqueado e morreu em consequência disso. Da tutela, nem as habituais palavras de circunstância. Da ministra, sempre tão pressurosa a marcar pontos, nem uma palavra de condolências à família da vítima. A Casa Pia incomoda. A ministra tem mais que fazer. Não tem tempo para essas trivialidades rasqueiras. Mas recebeu DURANTE 3 HORAS uma brigada de 13 adesivos apoiantes do "seu" modelo de avaliação, vindos de uma escola de Vialonga em missão de beija-mão. A lembrar a Brigada do Reumático dos tempos de Caetano (que cairia pouco depois...).
Uma professora, recentemente diagnosticada com cancro da mama e que aguardava a remoção urgente de três nódulos pelo IPO. Quando recebeu o telefonema a exigir a sua presença com toda a brevidade para exames e intervenção cirúrgica, encurtou a aula que estava a dar, e depois de explicar aos alunos a situação, entregou-os a um colega escalado para esse tipo de situações (ausência inesperada do professor). No entretanto, encontrou-se com a PCE (Presidente do Conselho Executivo). Foi o bom e o bonito. Pois que a docente ia ser penalizada na sua avaliação pelo facto de ter encurtado a aula. E os 20 minutos que não deu, teriam de ser justificados com 2 tempos (equivalentes a uma aula de 90 minutos). Qualquer pessoa, com um mínimo de HUMANIDADE diria que a PCE é uma besta quadrada. Mais papistas que o papa sempre existiram. Mas com exemplos de insensibilidade como o de cima, já nada me admira nos tempos que correm, mas não deixam de me chocar.