E fizemos muito mais. Desde as 14H45, início da manifestação, durante quatro longas horas, do Marquês e seus acessos, ao Terreiro do Paço, foi um “tsunami” compacto de Professores, bandeiras e faixas.
Soubemos mais tarde que atingimos os 100 mil participantes (Portugal tem 140 mil professores…). O Ministério da Educação reconheceu 80 mil!
Desde os tempos do PREC que a mítica Avenida da Liberdade não assistia a um desfile desta envergadura. A manif ultrapassou todas as expectativas. Até as mais optimistas.
No Terreiro do Paço, já as intervenções dos representantes das estruturas organizadoras iam a meio e na Avenida Fontes Pereira de Melo ainda se esperava para descer a Avenida. Quando as intervenções terminaram cerca das 18H45, a retaguarda da Marcha ainda não tinha entrado no Terreiro.
Em todos tocou fundo a Marcha. Ao longo da Avenida, foram muitas as palmas de apoio de populares. Foram muito calorosas as vozes de incitamento dos militantes do PCP que em frente da sua sede nos encorajaram. Foram os anónimos, com cartazes de apoio. A opinião pública começa a aperceber-se que algo não está bem nas relações deste Ministério da Educação com os seus Professores.
Apesar das vozes de ordem e da animação constante, principalmente dos Colegas do Norte, a Marcha foi tudo, menos alegre. Por detrás daquelas vozes, das risotas e piadas, havia o lado sombrio nos rostos sofridos dos que têm sido sujeitos às maiores humilhações e desconsiderações, suportadas à custa de muito profissionalismo e vocação. Foi talvez a maior demonstração de Unidade de uma classe que nunca primou pela união, mas que, desta vez, esta Ministra conseguiu o milagre de unir.
Durante as intervenções, alguém pediu um minuto de silêncio em memória dos Colegas, doentes terminais, falecidos em exercício, porque lhes foi recusada a aposentação pelas juntas médicas. Foi um momento impressionante. Se as lágrimas que assomaram aos olhos de muitos caíssem no chão, teriam sido ouvidas.
Neste momento sabemos que a Ministra já disse que nada vai ser alterado, que as suas reformas iam continuar, apesar de ir contra dois terços dos Professores. Disse que não ia mudar “… ao menor protesto… à menor contestação…”.
Errou. Foram 100 mil protestos, foram 100 mil contestações.
Nós enchemos a Avenida, do Marquês ao Terreiro do Paço, para lhe dizer:
Nós temos razão. A luta continua!
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