Através da net (um sinal dos tempos...) foi convocada uma greve aos combustíveis nas bombas da Galp, BP e Repsol para os dias 1, 2 e 3 de Junho.
Um dia antes, vem a Galp baixar (?) um cêntimo ao preço da gasolina e do gasóleo.
Durante todo este tempo, as gasolineiras têm vindo a aumentar paulatinamente os preços ignorando olímpicamente o movimento de greve em preparação.
Mas algo deve estar a acontecer que reforça a opinião dos que defendem a greve às três principais gasolineiras:
É POSSÍVEL FORÇAR A BAIXA DOS PREÇOS. SE NÓS TODOS NOS UNIRMOS.
É a notícia do dia, neste país de adiados.
Adiam-se as operações. Adiam-se as aposentações. Adiam-se as esperanças. Adiam-se as expectativas. Adia-se o direito de ser feliz.
Mas neste país, onde a geração dos 500 euros é o estigma que se cola como a própria pele, onde a terceira idade reformada (e não só) opta por fazer a medicação dia sim dia não porque a miséria a mais não permite, discute-se a ida de Mourinho para o Inter por 27 MILHÕES DE EUROS!!!
O que revolta nisto tudo não é o que Mourinho vai ganhar ou não. É um problema do próprio e do clube pagante.
Chateia é ver a cara de gozo do Primeiro Ministro quando a oposição fala de fome e de miséria no País.
É ver os combustíveis a subirem.
É ver o mês cada vez maior e a carteira cada vez mais leve e vazia.
É ver os governantes a continuarem a passar férias de luxo.
A mandarem os filhos para bons colégios e faculdades privadas.
A tratarem-se em clínicas e hospitais estrangeiros.
A pavonearem-se em carros de topo de gama.
E A PEDIREM SACRIFÍCIOS AO ZÉ POVINHO!
Ao "Special One", que lhe faça bom proveito.
A nós é que pouco ou nada há a esperar, senão esperar...
Pelas próximas eleições. Que não haja mais maiorias absolutas.
Votar à direita, votar à esquerda. No PS, "jámé"!
_____________________________________
António Lobo Antunes esteve na inauguração da Feira do Livro do Porto.
(notícia dos media, hoje)
Aparte o tradicional miserabilismo, tão entranhado no espírito português; fruto ainda dos mal recuperados quarenta e oito anos de obscurantismo político e cultural vividos; que tantas vezes nos leva a aceitar tudo de menos como o fado que vivemos no quotidiano, a notícia acima fez-me reflectir, mais uma vez, sobre a razão, porque um País, que pariu Camões, Bocage, Camilo, Eça e Pessoa, deixou partir Soeiro Pereira Gomes, Ferreira de Castro, Vergílio Ferreira, Miguel Torga, José Cardoso Pires e Sophia de Mello Breyner Andresen sem que tivesse sido visível um movimento de apoio para a atribuição de um Prémio Nobel, excepção feita (apesar de tudo...) a Saramago. Até quando?
Enquanto houver um Sousa Lara no poder ou um Presidente de Câmara que diga "Soeiro Pereira quê? Quem foi esse gajo?"...
Nota: as listagens têm sempre um problema; nunca estão completas. As acima pecam por serem muito curtas.
Por ser Professor, contactei sempre de perto com os jovens.
Como estudante, mais tarde, como alferes miliciano na Guerra Colonial e depois do 25 de Abril, como treinador de Judo e Professor de Educação Física, tive o privilégio de estar sempre em estreito contacto com os jovens e os seus problemas.
Se “no meu tempo” a GNR a cavalo carregava sem dó nem piedade, também não me foram desconhecidas as motivações da denominada “geração rasca” quando sofreu nas cabeças as cassetetes da Polícia de Intervenção durante as manifestações do “Não pagamos!”.
Os jovens de hoje perderam, aparentemente, aquilo que para nós servia de objectivo de luta: a paz, a liberdade, a democracia.
Por terem nascido nelas, delas nunca sentiram a falta. Mas nem por isso a vida deles é mais fácil.
É comum dizer que nós, como tínhamos pouco, dávamos grande importância ao mínimo que conseguíamos.
Hoje têm tudo, não valorizam nada. Não é verdade. Apesar de tudo, o nosso futuro era mais previsível. Os nossos empregos eram para toda a vida se quiséssemos. Apesar da Liberdade, os nossos jovens não fazem o que querem, apenas o que podem. Estudar, trabalhar, ser muito bom, esforçar, lutar, insistir, porfiar, já não garantem nada.
É por isso que por vezes nós, os mais velhos, não entendemos as motivações dos jovens de hoje. Talvez porque, também eles sejam mais práticos e objectivos, menos idealistas e sonhadores. Talvez porque sabem que não há nada que lhes livra do estigma de serem a “Geração dos 500 euros”, quer estudem ou não, sejam licenciados ou mestres, com o 12º ou nem por isso.
Perguntei num post no EOL (Entroncamentoonline) “O que fizeram de nós, os Professores?”. Pergunto agora, “O que estamos a preparar para os jovens de hoje? Que futuro para os jovens de amanhã?
. Amizade
. Morreu JOSÉ TORRES. Viva ...
. " França: Vaticano compar...
. Depois das Férias, o Regr...