À memória do Chefe Amarante
Em vida foi sempre tratado por Chefe Amarante. Era meu Avô (“Avô-pá”, como nós, os netos, carinhosamente o chamávamos…).
Numa época em que tudo era difícil, este Português dos sete costados, nortenho (dos que trocam os “bes” pelos “vês”), republicano convicto, analfabeto e pelintra, desembarca em Macau nos alvores do século XX, soldado raso, fugido da miséria.
No sangue corria-lhe o estigma da ilegitimidade entre um pai, filho de boas famílias (...) e uma criada da quinta. No extremo oriente, conheceu o Amor, pela terra que o acolheu e enfeitiçou e por uma bela jovem luso-filipina que lhe deu oito filhos.
Finda a comissão de serviço militar, como tantos outros, por lá ficou. Ser Bombeiro foi a profissão possível. Aprendeu a ler e escrever o nome. Galgou a pulso todos os postos da Corporação de Bombeiros de Macau. Até o de Chefe.
Foi várias vezes condecorado e louvado por actos heróicos no combate aos incêndios. Era dos que diziam "SIGAM-ME!" em vez de "Vão!".
Já só me lembro dele reformado, sempre presente nas cerimónias oficiais, orgulhoso das suas medalhas e a hastear a Bandeira Nacional nos feriados civis.
Dele guardo a imagem de um Homem íntegro, recto, dos antes quebrar que torcer. Através dele vem-me o Respeito que tenho por TODOS OS BOMBEIROS, cujo Dia Mundial hoje se assinala.
Finalmente um acordo entre os representantes dos Professores e a tutela.
O Memorando de Entendimento divulgado esta madrugada após sete horas de negociação entre a Plataforma Sindical e o ME vem mostrar que vale a pena lutar quando a luta é justa.
Mais do que cantar vitória, o facto de haver um acordo, e ninguém duvida que houve cedências de parte a parte, mais do que os recuos e os avanços, são as aproximações (as “harmonizações”, como diria a nossa veneranda ministra) que afinal vão permitir que melhores condições de trabalho regressem às escolas, onde os Professores, mais do que tudo, querem exercer a sua profissão com a dignidade que têm direito.
A leste devem ficar as razões porque o ME cede ou recua. “Razões eleitoralistas” clama o patético dirigente-chefe do PSD. “Incompetência”, classifica o PP. “Vitória de uns, recuos de outros”, opina o PC.
No entanto, este foi apenas um primeiro passo para que a serenidade necessária impere neste final de ano lectivo. Agora há que continuar a estar atentos e a trabalhar como até aqui.
A grande batalha da educação também se faz nas pequenas lutas do dia a dia.
Hoje, os Professores podem estar orgulhosos do resultado da sua porfia e da sua união. Afinal 100 mil vozes em protesto sempre são relevantes.
2ª feira regressamos ao trabalho com a convicção que outros desafios virão, mas que unidos venceremos.
Tal como dizia ontem o nosso mui amado PM "...estratégia é saber onde queremos batalhar..." (as palavras não foram estas, mas a ideia é a mesma), esta guerra da avaliação tem adquirido contornos e estratégias diversas. Com a nova táctica da nossa veneranda Milu de enviar o Bobby e o Tareco para explicar (?) a avaliação aos CEs, que no fundo não passa de uma ignóbil chantagem para obrigar os CEs a avaliarem os contratados e os "progredíveis" este ano lectivo, nem que para isso tenham de utilizar "uma forma simplificada"(?) de avaliação, atacar os CEs não tem sentido. Se existem acomodados, outros há que se interessam. Para os que, como já ouvi afirmar "... esta camisola não visto!", penso que têm uma posição corajosa a tomar: DEMISSÃO.
Neste caso não é uma fuga. Apenas ESTRATÉGIA. Escolher lutar AO LADO dos Colegas em vez de os conduzir, já que isso deixou de ser possível.
Para os outros, deixo os versos de Chico Buarque "... Sei também quanto é preciso, pá/Navegar, navegar...".
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